Acaba de chegar na glória de Deus, o querido Pe. João Batista Zecchin, que acompanhou tantas famílias e pessoas, durante décadas, em nossa região Bragantina. Padre João Zecchin foi um exemplo raro de sacerdote e homem de fé, dotado de um olhar sensível e de uma sabedoria admirável. Certamente, os artigos e livros que nos deixa, serão consultados por décadas, pois assim acontece com os profetas, suas palavras não são prisioneiras do tempo.
Sua consciência cristã e seu grande senso de justiça, não o permitiam calar diante das injustiças, mesmo quando praticadas por poderosos. Por isto foi perseguido, processado. Por isto tentaram calar sua voz, censurá-lo, tentaram silenciar alguns de seus artigos.
Sua inteligência funcionava sempre sob a luz de Deus, sob o prisma da fé. E por esta razão, cada um de seus artigos colaborava para a construção de um mundo melhor, mais humano, mais justo, mais dígno.
Pe. João, com sua voz calma e palavras profundas, nos fazia perceber que havia esperança. Ele nos consolava em nossas perdas, nos ensinava que em toda situação difícil, havia uma lição a ser aprendida.
Em suas homilias e em seus artigos, sempre sobressaía o dom da palavra, do discernimento, o Espírito Santo, que o conduzia também em sua vida.
Em seus últimos sermões, falava da importância da família, do grande exemplo que teve de seus pais. Da importância da formação moral, espiritual dentro do lar... da transmissão da fé em nossas casas, do grande valor do exemplo paterno e materno...
A sensação que tenho, é que poucos homens neste mundo eram tão próximos de Deus, como foi o Padre Zecchin. O Reino de Deus agora conta com o querido Santinho da nossa terra, com o amigo da justiça, da expressão, da arte, da cultura, da educação, da fé, da esperança.
Este grande padre, este homem de Deus deixará grandes saudades, nos lares de nosso interior, e no interior de nossos lares.
Vai em paz, caro Pe. João, e degusta enfim do paraíso que tanto desvendou à nós todos, cujas promessas Divinas sempre nos revelou, em seus sermões, homilias, artigos, bate-papos e conselhos.
Seu exemplo de engajamento, perseverança, luta pela justiça, paz e educação, nos serve como uma luz guia, um caminho a ser seguido.
Mando um grande abraço, caro amigo, em nome de alguns dos tantos amigos que você tem e que não terão forças ou oportunidade para expressar o quanto você foi importante, em algum momento de suas vidas.
Seguramente o céu está mais lindo, mais completo, mais belo, graças à sua chegada.
Saudades, caro Pe. João Zecchin. Por dentro, tantos corações lacrimejam de saudades, por saber que devemos lhe dizer Adeus, por um tempo, até encontrá-lo na eternidade, aquela eternidade de paz, que tanto falava, e na qual seguramente já está transfigurado em luz, imerso em amor sem fronteiras.
Muitos olhares ainda o buscarão no altar, e os cantos liturgicos entoados pelos jovens terão saudades de sua voz, de sua explanação do evangelho, sempre inspirada, logo após.
Um silêncio respeituoso se fará em toda igreja de fé. Pois vai-se um homem santo. Sentimo-nos órfãos, com sua partida.
Em nossas almas sabemos poder contar com sua grande amizade lá em cima. Uma amizade larga, que abraçava à todos. Que não fazia distinções. E que de agora em diante zelará por nós, olhará por nós.
Sua existência aqui na terra tornou-se essencial para quem o conheceu e sempre será um reflexo da presença Divina entre nós.
Que sua alma cante eternamente os louvores de fé e de esperança que tanto o inspiraram. E que sua vida, que foi um belo canto de paz, justiça e liberdade, agora entoe hinos mais belos, lá em cima, e que estas músicas, que tanto conhecia, continue a chegar até nós, em forma de bênçãos.
O Senhor, caro Pe. João Zecchin, tornava possível a definição de Deus, na vida de tanta gente... A teóloga e iconógrafa Hélène Iankoff, dizia que a definição de Deus é: "Eu sou aquele que o ajuda a ser o que deve ser, com toda a ternura."
Você, caro Padre João, era um dos mais belos reflexos de Deus que pudemos ver sobre a terra.
Tornava a todos os que se aproximavam de você, seres um pouco melhores, pela presença de Deus, que não nos impunha, cujo exemplo era sua vida, um puro dom.
Viveu refletindo sobre Deus e refletindo a luz de Deus, revelando-o em cada um dos que acompanhava.
Seremos órfãos de seu olhar, de sua voz, de sua inspiração, de seus conselhos. Mas herdeiros de sua fé e de sua esperança Cristã, que sempre animou sua Igreja.
Sinceramente Obrigado, caro Pe. Zecchin. Sua vida é presença de Deus. Sua vida é eterna.
Sérgio Prata - 9 de fevereiro de 2009.
Artigo do Pe. João Zecchin sobre os ícones.
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