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Anatomia artística

craniosA anatomia humana apresenta variações entre indivíduos, segundo as idades, raças, sexo e biotipo.

É um vasto universo a ser descoberto pelo artista. Podemos esquecer o nome de cada músculo ou região óssea, mas não devemos esquecer a realidade física do corpo inerte ou em movimento, para representá-lo artisticamente.

A anatomia artística é uma das bases do “tripé do conhecimento artístico figurativo” ou seja, é um dos conhecimentos básicos na formação de um artista figurativo, ao lado do estudo das técnicas e da composição.

 

Sérgio Prata, autor do livro e do curso online de Anatomia Artística participou, ao lado do Prof. Dr. Gilson Barreto e Profa. Dra. Anne M. Gilroy (USA) da mesa redonda sobre “ANATOMIA, ARTE E CIÊNCIA”, no XXVI Congresso Brasileiro de Anatomia, em Curitiba PR.

 

O pintor que não deseja realizar obras figurativas, pode escolher as texturas, a abstração, as cores, as paisagens, como tripé para manter sua obra em pé. Mas deverá, assim mesmo, estudar profundamente o tema que pretende representar, para alcançar a maestria.

Observando a evolução da história da arte, compreendemos que não existe uma linha progressiva e contínua, onde os artistas teriam evoluído na compreensão e representação da anatomia (e também em outras matérias, como perspectiva e técnica). Ocorreram oscilações em épocas diversas, quando os artistas tiveram maior ou menor interesse na representação anatômica e, suponho, conhecimento desta matéria.

Para ilustrar este fato, vale lembrar que a estética Bizantina, onde a realidade anatômica é deixada em segundo plano, é posterior à  Arte Grega e Romana, que atingiu altos níveis de compreensão e representação do corpo humano, representados nos baixo-relevos e esculturas.

A anatomia acompanha o homem há milhares de anos; existem descrições anatômicas em textos antigos, como no evangelho de São Lucas da Bíblia, e na Ilíada de Homero. Dante Alighieri descreve a “anatomia do diabo” na Divina Comédia, e Cervantes utiliza termos anatômicos em Dom Quixote. A anatomia acompanha a civilização, desenvolvendo-se ao lado do conhecimento do corpo humano.

A Medicina surge no Egito, no período 2700 - 2200 a.C. através dos antigos médicos e cirurgiões dos Faraós, mesclada com a magia, ocultismo e crenças em divindades. Os corpos dos faraós eram embalsamados e suas vísceras guardadas ao lado de seu sarcófago, para a vida futura.
mão

Herófilo, 335 a.c -280 a.C., médico e anatomista grego da região onde se situa atualmente a Turquia, é considerado por muitos, como sendo o “Pai” da Anatomia.

Seus escritos foram traduzidos por Galeno, porém, boa parte deles se perdeu na destruição da biblioteca de Alexandria.

Galeno, por cerca de 201-131 a.C., realizou estudos a partir de dissecações de animais e deixou uma das primeiras obras de estudo de Anatomia e Fisiologia, utilizada durante centenas de anos.

Foi considerado como o “Príncipe” da Anatomia, e deixou muitos seguidores.

A dissecação humana era um tabu nas sociedades antigas e medievais até que, no início do século XV, algumas universidades Italianas permitiram que seus médicos de maior credibilidade e pessoas imunes ao comentários gerais, promovessem dissecações públicas de criminosos executados, atraindo grande público.

Durante o Renascimento, “Artista” era uma designação atribuída somente aos seres dotados não somente de grande adestramento da mão e conhecimentos dos materiais artísticos mas, também, de conhecimentos em matérias diversas.

Para se transformar uma criança talentosa em um grande artista, era necessário muito estudo, adestramento da mão, do olhar e do intelecto, trabalho e sensibilidade.

 

 

Desenhos de anatomia, de Sérgio Prata.


Leonardo da Vinci, nascido em 15 de abril de 1452, em Vinci, Itália, é quem melhor se enquadra na definição renascentista de “Artista”, por ter sido mestre em matérias tão diversas quanto matemática, botânica, arquitetura, física, geometria, aerodinâmica, música, pintura, desenho, anatomia e outras.

Realizou estudos anatômicos, unificando o conhecimento anatômico obtido através da dissecação ao conhecimento da representação artística, focalizando os detalhes da forma externa do corpo humano.

Em 1495, abandonou seus estudos anatômicos, para retomá-los em 1508-10, iniciando uma nova metodologia de investigação, registrando o que via, e depois, a função da estrutura, observada através da dissecação. Foi o primeiro a perceber que os órgãos internos deveriam ter uma função.

Da Vinci tinha a intenção de publicar um tratado científico de anatomia e, para isso, executou 600 folhas contendo milhares de desenhos. Durante sua empreitada, foi acusado de sacrilégio, seqüestro e dissecação ilegal de cadáveres, por um alemão, provavelmente enciumado. Foi impedido de praticar atividades anatômicas pelo Papa Leo X.

Impossibilitado de continuar a trabalhar na Itália, mudou-se para a sua última residência, o Clos-Luce, em Blois (região do Rio Loire), vivendo sob os auspícios de François I, na França.

Morreu quatro anos mais tarde e, somente muitos anos após, seus desenhos anatômicos tornaram-se conhecidos, colaborando com o avanço da Medicina e a Arte.


Por essa razão, até o início do século XVI, ainda não existia uma ciência anatômica claramente definida. Vesalius (nome latino de Andreas van Wesel), nascido em 1514-15 em Bruxelas, Bélgica, estudava Medicina na capital francesa, e, ainda estudante, praticava dissecações públicas para um grande número de espectadores.

Fez diversas apresentações de dissecação em Pádua, onde tornou-se chefe da cadeira de Anatomia, atraindo público de toda a Itália. Foi nomeado médico da corte de Filipe II, na Espanha.

Apesar de suas crenças religiosas, foi acusado de heresia por teólogos e colegas enciumados, pois atacava os erros do anatomista Galeno, que possuía muitos discípulos e seguidores apaixonados.

A terra cedeu lugar ao sol como centro de nosso sistema, e os conhecimentos de anatomia evoluíram, juntamente com a Medicina.

No mundo moderno, novas tecnologias colaboram para que o corpo humano seja desvendado pela pesquisa anatômica, através de scanners e métodos de cortes em baixa temperatura, que permitem aos estudiosos conhecer o corpo humano de maneiras, antes, impossíveis.

O ser humano foi, pouco a pouco, se especializando e perdendo o conhecimento universal. Passou a entender muito sobre um assunto e menos sobre todos os outros. A inteligência se compartimentou e o sentido da palavra “artista” se modificou.

A palavra “artista”, perde definitivamente seu status renascentista graças à afirmação de Joseph Beuys, de que, para a arte contemporânea, todos, sem exceção, são artistas. Cabe lembrar que este mesmo artista passa dias enjaulado, coberto de graxa, uivando como um lobo.

 

 

O curso online de anatomia artística tem a participaçao de renomados anatomistas, como Dr. Carlos Baptista e Dr. Gilson Barreto.


Para a arte contemporanea, não é mais necessário conhecer diversas matérias, adquirir conhecimentos essenciais do ofício, ou adestrar o olhar e a mão.

A arte contemporânea convive com as lacunas na representação da figura humana e com aberrações anatômicas diversas, como corpos tubulistas e espaguetomórficos, provenientes do desconhecimento anatômico, ou, em raras vezes, de exercício estético.

- Para realizar obras contemporâneas, devemos aniquilar a herança cultural dos antepassados, como desejavam críticos e formadores de opinião do final do primeiro milênio?

Em outros setores do saber, como na Anatomia, Medicina, Matemática, Física, Química, Engenharia e tantas outras ciências, a experiência dos antepassados contribui para a evolução do conhecimento, trazendo a herança de parâmetros definidos e conhecimentos claros e comprovados, obtidos através de árduas pesquisas, e através de erros e acertos.

Estes conhecimentos são completados pela pesquisa contemporânea, que não cessa de acrescentar novas descobertas aos conhecimentos adquiridos pela herança histórica.

O que seria desses setores do conhecimento se, à cada geração, fosse necessário redescobrir a partir do nada, de um ponto inicial que se iniciaria a partir da negação do já adquirido? Seguramente voltaríamos à Idade da Pedra.  

Conheça o livro de Anatomia Artística, de Sérgio Prata.

 

 

Saiba mais sobre Anatomia e Arte.

 


O artista realizou 660 ilustrações para o portal Edumedica, um amplo e belo empreendimento da Associação Médica do Paraná.

Essas obras, assim como os desenhos originais feitos para seu livro Anatomia Artística agora integram o acervo do Museu do Corpo Humano da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP)

 

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Investimento: R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais).
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Sedex incluso para todo o território Brasileiro.

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A anatomia humana apresenta variações entre indivíduos, segundo as idades, raças, sexo e biotipo.

É um vasto universo a ser descoberto pelo artista. Podemos esquecer o nome de cada músculo ou região óssea, mas não devemos esquecer a realidade física do corpo inerte ou em movimento, para representá-lo artisticamente.

 

 

 

O acervo de mais de 600 desenhos e 10 telas trifásicas sobre Medicina de autoria do artista estão expostos no Museu do Corpo Humano da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP):

Saiba mais sobre o Museu do Corpo Humano da FMJ.

 



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