A pintura à óleo foi utilizada desde a alta antiguidade.
Porém, graças à fragilidade de alguns dos componentes empregados na fórmula deste período, não nos resta nenhum
exemplar de pintura em bom estado de conservação. Alguns retratos de Fayoum, quando realizados em técnica mista de têmpera contendo óleo, e que por esta razão (ao contrário de outras máscaras realizadas sem óleo) apresentam craquelamentos e descolamento das camadas picturais, podem ser considerados como exemplares de obras mais antigos contendo este médium.
As obras de arte da antiguidade que sobreviveram à passagem do tempo são sobretudo as realizadas
na técnica de afrescos, mosaicos e as pinturas cujos pigmentos eram
fixados ao suporte por meio de colas e ceras naturais. Em um manuscrito do século IX, tratando sobre a douração, Ernst Berger
encontrou uma receita de emulsão de óleo com goma arábica. A presença da
emulsão na pintura à óleo, portanto, possui comprovação histórica.
O autor, trabalhando em técnica mista de óleo, segundo a fórmula da Ensb-A de Paris, que emprega um médium e uma emulsão bifásica.
Em "A Vida dos Melhores Pintores, escultores e arquitetos", Vasari
(1512-1574) chama a descoberta dos irmãos Van Eyck de a "nova pintura à
óleo". Esta técnica alastra-se pela Europa e sofre diversas
modificações, segundo o espírito da época de cada artista que a
manipulou. A riqueza e a solidez da técnica dos irmãos Van Eyck, no
entanto, nunca foram igualadas, na pintura à óleo de todos os períodos
que os sucederam.
No século XIX, após a grande revolução industrial e social, os principais
motores do progresso passaram a ser a produção, o consumo e a
rentabilidade. O artista abandonou a fabricação dos materiais e deixou
esta função para um mercador, tornando-se dependente dos interesses
comerciais, muitas vezes incompatíveis com os interesses da pintura.
Este imediatismo trouxe facilidades que colaboraram com o declínio do
ofício do pintor. Com a falta de manipulação de materiais no atelier, a
transmissão do conhecimento se perdeu progressivamente, e com isto, a
pesquisa artística que permitiria inovações técnicas. Nesta área do
conhecimento, a transmissão de conhecimentos seculares apresentou um
declínio que persiste até nossos dias.
No entanto, alguns pesquisadores, cientistas e artistas contemporâneos ainda pesquisam documentos históricos, trabalham em laboratórios e conseguem propor fórmulas que resgatam as técnicas do passado, seja retrabalhando com os mesmos materiais, mantendo-as inalteradas, ou adequando-as para os materiais contemporâneos.
Entre os artistas e pesquisadores dos veículos e aglutinantes para pintura à óleo, vale ressaltar as contribuições recentes da escola Francesa, de onde vem a colaboração de Jacques Maroger, Marc Havel, Xavier de l´Anglois, Nicolas Waker.
Os pesquisadores mais recentes, como Abraham Pincas, Jean Petit, Claude Yvel e François Perego nos trazem fórmulas, conceitos físico-químicos e ensinamentos de grande valia para os pintores que empregam este médium.
A pesquisa de Claude Yvel já dura 5 décadas, e colabora com o resgate de fórmulas dos mestres dos diversos períodos da história, fruto de suas leituras de tratados centenários, e de suas experiências práticas de atelier, pois conduz uma trajetória como pintor de renome e valorização internacional.
A técnica mista do óleo, ensinada no atelier de Techniques de la peinture da École Nationale Supérieure des Beaux Arts de Paris envolve a manipulação de um médium monofásico com resina e de uma emulsão bifásica. Trata-se de uma adaptação da técnica holandesa aos materiais contemporâneos, feita por Nicolas Wacker, que leva em conta conhecimentos como a interação entre camadas, subvertendo o princípio de gordo sobre magro, que pode limitar o tempo de trabalho com o óleo.
Esta técnica, lecionada na Ensb-A de Paris por seu discípulo e sucessor Abraham Pincas (com a assessoria do físico-químico Jean Petit), é uma das técnicas abordadas neste curso on-line, passo a passo, desvenda sofisticados funcionamentos da pintura à óleo, levando em consideração a necessidade de trabalharmos com materiais com pouca toxicidade, algo muito relevante e essencial aos artistas.
De fato, alguns procedimentos técnicos ligados às técnicas antigas de pintura à óleo podem ser nefastos à saúde, pois empregam o cozimento do óleo (nozes ou linhaça) com secantes (alguns como o litargírio, que contém chumbo) e pigmentos contendo metais pesados na preparação de tintas. Os cuidados necessários para preservar a saúde do pintor à óleo são também abordados em toxicologia, parte integrante deste curso online.
As técnicas propostas por Maroger, Yvel e Havel são uma tentativa de resgatar os procedimentos empregados pelos pintores dos séculos XVI ao XVIII. Apesar da presença de alguns materiais perigosos à saúde, como o óleo negro, que contém óleo de nozes cozido com litargírio (óxido de chumbo), estas pesquisas elucidam os materiais e o passo a passo empregados pelos mestres do passado, propondo diversas formulações.
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