Sérgio Prata em Aerial Frontside, na pista da domínio Skatepark, Atibaia (SP), final dos anos 80.
Nesta página posto uma homenagem ao esporte que me dá satisfação e me cria grandes desafios, desde a década de 70: o skate. Voltando ao esporte que pratiquei desde esta época, e que deixei por muito tempo, reencontro amigos de pista, e alguns dos meus ídolos de então. E conheço os novos feras das 4 rodinhas.
Minha história neste esporte começa nas ladeiras de Bragança, montando skates com peças de patins, em uma época em que não tinhamos equipamentos nacionais. Muitas calçadas e algumas pistas em Santos, rampinhas construídas com madeiras de construção ...
As coisas foram evoluindo, e, aos 15 anos de idade, já tinha um bom skate com rodinhas Costa Norte (que milagrosamente ainda tenho comigo), e ia de carona até a Wavepark, em São Paulo, para aprender com os feras da época: Jun Hashimoto e Formiga Atômica. Foi o Jun, um dos maiores ídolos dos anos 77, 78, quem me ensinou a fazer os curvings no bowlzão e a dar as batidas de front side a 4,5 metros de altura com 92 gaus de inclinação. Este foi o começo do skate modalidade vertical, no Brasil.
Muitas andanças com o amigo Zóca e meu irmão André, aproveitando a pista do Taba Camping de Atibaia. Consegui convencer meu irmão a pedir, como presente de aniversário, uma session na Wave Park, familia toda embarcada, foram ao cinema e eu consegui quebrar o pulso esquerdo no bowlzinho. Toca o lanterninha chamar a família buscapé para retornarmos ao interior tratar do moleque.
Andei nas pistas de Santos, Jundiaí , São Paulo e construi, com meus colegas do interior, Loco, Galo, Ricardo e Eduardo Bars, as primeiras rampas de madeira da cidade, e a gente se divertia como podia. Fui convidado para integrar a equipe Staroup, ao lado do Jois, Lico e Paulinho Brigida, todos de Atibaia (SP). Era um orgulho participar de uma equipe de skate. Acampar ao lado da pista do Mirante, em Jundiaí, fazendo refeições com sanduiche e refrigerante, nos anos 78, era o topo da independência e do radicalismo. Era como desbravar uma praia deserta para os surfistas do período. Não é à tôa que muitos esportistas do surf e do skate lembram-se com nostalgia dessa década.
Consegui conquistar algumas medalhas, nos campeonatos do interior aos quais participava e algumas manobras eram motivo de orgulho pessoal, um belo invert, e alguns aerials front e back side. Na pista do Homero, em Santos, conseguia o respeito que não alcançava no surf, quando tomava uns chuveirinhos do Picuruta Salazar no canal 1.
Saí do Brasil para estudar, e durante minha estadia na França (1981 à 1986), raramente tinha a oportunidade de fazer o esporte. Não levei um skate comigo, e a preocupação era com a formação profissional, nas Belas Artes, em Paris.
De volta ao Brasil, logo me instalei em Curitiba, onde havia uma cena muito ativa no esporte, com skatistas como Piolho, Miguel Catarina, Kosak, Ferrugem, e outros, com quem treinava, na pista do parque Ambiental. Um belo half de concreto, com extensão, era ponto de encontro. Numa pista de madeira da Água Verde, uma vez, ajudei a socorrer o menino Ferrugem, que levou um tombo e quebrou um braço. Anos depois, esse menino ganhou um prêmio de campeão mundial.
Na pista Domínio de Atibaia, lançamos um shape Prata !!! Fui ao campeonato, patrocinado pela Cogus. Lá estavam Bob Burnquist, e o Lincoln Ueda, voando muito alto.
Também
voei - até que bem, para o meu nível, por lá. Tinha cerca de 25 anos e estava em plena forma, leve, lépido. Não quis ousar completar o Mc Twist, por receio de me lesionar. Mas estava quase saindo... estudei cada movimento, dando pausa nos vídeos do Hosoi.
Talvez eu tenha sido precavido demais, havia me lesionado em um treino, e resolvi evitar muita estrepolia, para o bem de minha integridade física.
Vocês vão notar que - de forma recorrente - eu pergunto a idade de alguns skatistas das antigas, nestas entrevistas, pois, quando eu tive minha terceira fratura (um pequeno osso da sola do pé) praticando este esporte, aos 26 anos, andando no half do parque ambiental, um médico que me atendeu em Curitiba me convenceu a deixar o esporte. Tonto que só eu sou, deixei-me convencer, deixando de lado o esporte que tantas emoções me garantia.
Minha vontade de voar continuou (a sensação de leveza de um aerial front side é muito boa) e eu a contive com a aviação, por uns tempos, com os estudos para conquistar meu brevet e a satisfação de efetuar alguns vôos por aqui e acolá.
Antes de completar 50 anos, vi uma entrevista de Tony Hawk, skatista americano, ele já com 40 anos, dizendo que a gente não devia abandonar o esporte, que dava para continuar, que a vida continuava após os 40. O grande skatista ainda andando muito ... então, passando por um shopping em Campinas, decidi montar novamente um skate.
Foi quando tive um convite para visitar a pista do famoso campeão Mineirinho (vídeo abaixo), onde encontrei o Sérgio Negão, um dos maiores expoentes neste esporte, de minha geração.
Visitando a pista do Sandro Dias (Mineirinho), após mais de 20 anos longe do skate.
Desde então, sempre que posso, pego meu skate old school e vou conhecer uma pista nova, just for fun !!!
Piracaia (SP).
Todo recomeço é lento. Melhor que seja assim, o concreto fica cada vez mais duro. Santos (SP).
Na minha idade, a meta é somente a diversão, tentando voltar para casa sem nenhuma lesão.
Session na pista do emissário, galera de Santos (SP).
Construindo uma rampa de madeira na chácara (onde fica o atelier de arte).
Extrema (MG). A cabeça quer, mas o corpo não acompanha .... hahahahaha
Nova geração de Bragança, andando na pista de Extrema (MG).
Campeonato Rural Ramp no Busca Vida, entrevistas com os organizadores, Bragança (SP).
Primeira visita à pista de Socorro (SP), filmagem com jovens skatistas da cidade.
Vans Park Skate Series etapa Brasil, os feras da atualidade em Serra Negra (SP), abril de 2017.
Outros vídeos deste dia de skate profissional estão disponíveis no meu canal do youtube, os interessados podem clicar nos links que aparecem nos vídeos.
Encontro com o Miguel "Catarina", velho amigo da pista do Ambiental, de Curitiba (PR), que recentemente, foi um dos coachs do vitorioso time Brasileiro de Skate nas Olimpiadas de Tókio, 2020 (realizada em 2021).
Cássio Narina fala sobre as etapas de construção de uma pista de skate.
PISTA DE SKATE PEDRO PRATA
Fico feliz em comunicar que a nova pista de skate e nossa cidade (Bragança Paulista) terá o nome de nosso querido irmão Pedro Prata, que foi um esportista radical, paraquedista e sky surfer. A indicação sugerida pelo vereador Quique Brown, foi acatada por unanimidade, na câmara, agora há pouco. (DIA 31 DE OUTUBRO DE 2017 AS 18 HS).
Em nome de nossa família e em memória do Pedro, que nos deixou em 2003, nosso agradecimento sincero por esta justa homenagem ao artista, designer e esportista radical que foi nosso irmão caçula.
Lutamos por uma pista de skate desde a década de 70, e o máximo que conseguimos, décadas atrás, foi um half-pipe de madeira no lago. Parabéns a iniciativa do Padre Josemildo e do Quique Brown, e a todos que aprovaram o apoio ao esporte.
Na qualidade de skatista sênior, o único desta primeira geração à continuar no esporte na nossa cidade, fico triplamente agradecido !!!
A câmara municipal, através da assessora do vereador Quique Brown informa que a emenda parlamentar que destinou verba para a construção da pista de skate, foi adquirida através da deputada Janete Pietá, sob o número do convênio 805076/2014.
Primeira session de 2018, na pista Pedro Prata, com meu sobrinho Pedro.
Obras da pista do atelier, com a ajuda do Hilton e Gilberto. Abril de 2020.
Primeira session noturna e drop para a rampa principal, testes iniciais, na pista do atelier, ainda em construção.
Aulinha de skate vertical, movimentos e manobras básicas. Agosto de 2021.