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História do pastel seco

 

A invenção do Pastel é polêmica, por alguns atribuída ao pintor alemão Johaim Thiele, por outros atribuída ao francês Jean Perréal. 

A pintura com pastéis secos é conhecida desde o século XV e foi utilizada por famosos mestres da pintura ocidental, e perpetuada por Edgar Degas.

A versão mais freqüente é de que os pastéis foram inventados por um artista da corte francesa, Jean Perréal (1450-1528/30), (também conhecido como Jean de Paris, ou como o "mestre dos moinhos"), quando este viajou até Milão, em 1499, com Louis XII para uma campanha militar ao norte da Itália. Perréal é mais conhecido por suas miniaturas.

Uma artista de Veneza, Rosalba Carriera (autora da obra ao lado), foi uma das primeiras artistas a fazer o uso constante do Pastel. 

Chardin fazia retratos com bastões abertos (sem invólucro), enquanto La Tour preferia os com acabamento fechado.

Artistas famosos como Watteau, Copley, Delacroix, Millet, Manet, Renoir, Toulouse-Lautrec, Degas, Vuillard, Bonnard, Glackens, Whistler, Hassam, William Merritt Chase, Mary Cassett utilizavam pasteis para seus trabalhos definitivos e para seus estudos preliminares.

O termo pastel é aplicado ao material que contém carbonato de cálcio (branco de Espanha ou craie) associado à outras cores, criando cores muito suaves. Cor pastel e  tom pastel,são termos empregados para designar o clareamento de cores puras, por adição de cores brancas.
O termo pastel vem do latim pastellus, pastillum, que quer dizer pastilha, pequeno pão, que está na origem da palavra italiana pasta, que quer dizer massa.

Retrato pintado por Jean Perréal

Acredita-se que Perreal apresentou esta técnica à Leonardo da Vinci (1452-1519) que reconheceu as virtudes deste material, por ele chamado de  « modo de colorir à seco ».

No século XVII, o pastel encontrou um lugar definitivo na arte, pois em sua origem era utilizado para colorir desenhos com crayons.

 

 

 

 

 

 

 

 

Retrato de Isabelle d´Este, por Leonardo da Vinci.

O retrato de Isabelle d'Este, feito por Leonardo da Vinci em 1499, é um dos primeiros exemplos conservados da técnica mista de crayons com pastel.

Desde então, os artistas podem trabalhar de modo rápido e fácil, sem a restrição causada pelo tempo de secagem da pintura.

Os pastéis eram utilizados no século XVI para realçar as cores no retratos, na técnica chamada de três crayons: onde eram empregados a pedra negra (crayon negro), o sanguíneo e o pastel.

 

 

 

 

 

 

Federico Barocci (1526-1612) faz uma síntese entre diversos grandes mestres de seu tempo, inspirando-se em Rafael, Michelangelo e em Corréggio.
Suas obrass inovam em certos aspectos:

- a expressão: um novo sentimento de formas no modelado estompado que obtém no pastel, com efeitos maravilhosos.

- a iluminação: utiliza efeitos de iluminação vindos da parte baixa.

 

 

 

 

 

 

 

Alguns pastéis de Barocci são esboços para detalhes de vastas composições, ele alcança um grande domínio das cores e do relevo, jogando com os efeitos do suporte nas tonalidades beges, camurça, cinzas e azuis. Seus desenhos servem como estudos do tema, com informações importantes à confecção da obra de pintura.

Barocci: Sepultamento do Cristo.

Estudo em desenho para pintura. Barocci.

Federico Barocci exercerá uma influência determinante sobre os artistas franceses do século XVIII.

Henri de Turenne, por Robert Nanteuil.

Robert Nanteuil (1623-1678), nascido em Reims, mudou-se para Paris em 1647, onde foi protegido pelo reinado de Louis XIV, tornando-se artista da moda. Foi um gravador, desenhista e pastelista Francês. Sua obra inclui mais de 240 retratos dos membros da corte e de grandes dignitários do reino.

 

 

 

 

 

 

 

Autoretrato de Charles Le Brun (detalhe).

Charles le Brun (1619-1690) realizou com pastel diversos estudos e retratos na técnica dos três crayons, onde notamos pouco a pouco a introdução do pastel. Em seus estudos para a realização de pinturas ou tapeçarias, podemos admirar belos efeitos nos tecidos, perucas e no modelado da pele.
Em torno do ano de 1665, o retrato de Louis XIV, feito por Le Brun nesta técnica colabora para dar ares de nobreza e status ao pastel. 

Retrato de Vauban, por Joseph Vivien.

Com Joseph Vivien (1657-1734), o pastel deixa de ser um estudo intermediário e passa a ser considerado como sendo uma obra definitiva, plenamente realizada, tão imponente quanto um obra de pintura à óleo.

Vivien criou pastéis de retratos de escala natural, solenes, majestuosos. Todas as encomendas do século XVIII foram influenciadas pelos caminhos abertos por este pintor, recebido pela Academia, sob o título de "pintor em pastel". Vivien influenciará Maurice Quentin de la Tour .

 

 

 

 

 

 

 

 

Retrato de Irmão Fiacre (detalhe), de Maurice Quentin de La Tour, exposto no salão de 1739. Pastel, 62 x 50 cm. Museu Antoine Lécuyer.

Maurice Quentin de la Tour (1704-1788), retratista oficial de Luis XV, foi especialista na arte do retrato, com uma abordagem realista e sóbria, que utiliza exclusivamente a técnica do pastel. Não se conhece uma pintura à óleo de sua autoria. Retratista da família real, ele executa retratos de personalidades da alta corte.


Sua pesquisa tinha como foco fundamental a expressão dos rostos, seus temperamentos e a psicologia dos personagens, a tradução de um sentimento, de uma emoção fugidia e instantânea.

 

 

 

 

Auto retrato de Maurice Quentin de La Tour.

Desde o começo do século XV, e durante todo o século XVI, o papel azul foi utilizado pelos artistas da região de Veneza, onde era fabricado sob o nome de "carta azzura" ou "carta turchina". Em seguida, ele foi empregado pelos artistas franceses e holandeses.

Desta forma, o pastel adquiriu nobreza, e foi reconhecido como material artístico ideal para a realização de obras importantes.

Cada artista emprega seu estilo próprio, com maior ou menor grau de acabamento.

 

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