Os contatos iniciais para a
pintura foram feitos pelo artista em 1995, quando o artista Sérgio Prata
veio ao casamento de amigos, realizado na Igreja Sta. Terezinha de Bragança
Paulista.
Ao ingressar na Igreja pela porta lateral,
atrasado devido a longa viagem, o pintor percebeu que a Igreja continuava sem pinturas, como a havia visto em sua infância. A partir de então, ainda residindo em Curitiba, sempre que visitava sua
família na cidade, tentava fazer contatos com os padres e o Bispo, no firme desejo de pintar os painéis para aIgreja.
Foi encontrar o
Padre Sebastião por diversas vezes, até que em setembro de 1996, recebeu
um telefonema do então Bispo diocesano Dom Bruno Gamberini. Prata
vinha desenvolvendo carreira
como artista plástico, professor e pintor de afrescos e painéis
murais em Curitiba. Abandonou seus projetos na capital paranaense, para se
dedicar unicamente à pintura de Igrejas, sonho que nutria há muito tempo.
A
ABSIDE
O projeto artístico para a pintura da abside foi
inteiramente refeito, conforme desejo de Dom Bruno, até chegar ao projeto
definitivo e aprovado. A pintura da Abside foi iniciada em
outubro de 1996 e inaugurada no Natal do mesmo ano, tendo como tema o
Cristo Pantocrator abençoando os fiéis, ladeado por São José e Santa
Terezinha, padroeiros da Igreja. No lado esquerdo da Santa Terezinha,
vemos uma arquitetura típica de Ícones, inspirada na Ícone da Trindade
de Andrei Roublev.
Ao lado direito da Santa, vemos a árvore da vida. Da
chaga do peito do Cristo, corre o rio da vida, onde podemos ver os peixes,
símbolo dos cristãos. Na mão do Cristo, o livro leva a frase do Apocalipse:
“Amai-vos, eis que venho logo.”
Os quatro evangelistas
são representados pelo homem alado, leão alado, boi alado e águia. A cidade
ao fundo com seus coretos e casas simples, lembra Bragança, onde vemos a torre da catedral. A Igreja foi inteiramente pintada com a técnica
da encáustica à frio, trazida pelo artista ao Brasil, do atelier de Técnicas
da pintura da Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris. As dourações foram feitas com folhas de falso
ouro e o artista empregou pigmentos fosforescentes, que permitem que parte
da pintura possa ser observada no escuro. No peito do Cristo Pantocrator
(visível de dia), surge a Santa face do Santo Sudário, iluminado
pigmento fosforescente.
OS FRONTÕES DO ALTAR E DA NAVE
CENTRAL
Acima do arco da nave central, diversos anjos músicos
celebram a alegria da salvação, anjos tocam instrumentos clássicos,
como o violino, violoncelo e o alaúde, e instrumentos tipicamente
brasileiros, como atabaques e o pandeiro. Vemos um anjo mulher, tocando
sanfona, um anjo oriental tocando violão e um anjo negro tocando percussão.
O anjo negro foi pintado após pedido de uma freqüentadora da Igreja.
As paredes altas sobre os arcos do altar e da
nave central foram pintadas com anjos músicos. Na foto ao lado, podemos ver
o artista trabalhando no andaime, a 9 metros de altura, com material de
segurança. Acima do altar, dois anjos
com trombetas anunciam a chegada do Salvador.
Detalhe do anjo violinista, frontão da
nave central. O azul do fundo é fosforescente, assim como o
pigmento que ilumina os anjos. Na escuridão, os anjos continuam
presentes, se destacando e emoldurando a Santa Face do Santo Sudário que
se destaca ao centro da abside, no escuro.
Para pintar as diversas figuras humanas nesta
parede, o artista trabalhou com modelo ao vivo, que ficou pendurado com
material de alpinismo, por cordas, para que pudesse efetuar as poses.
ARTE SACRA COM PIGMENTOS FOSFORESCENTES
Na Igreja de Santa Terezinha de
Bragança Paulista, Prata executou sua primeira obra monumental com
pigmentos fosforescentes e cera emulsionada. Na foto acima vemos a ábside em duas condições; com luz e sem luz. Ao apagarmos as
luzes, aparece a Santa Face do Santo Sudário na região do peito do Cristo
Pantocrator. Os anjos músicos também pairam sobre um fundo
fosforescente.
A pintura da abside
foi realizada entre outubro a dezembro de 1996. As demais pinturas da Igreja (10
painéis da nave central, cada um medindo 7,60 m2, retratando a
vida de Santa Terezinha, em sua família e no Convento das Carmelitas) foram
concluídas em julho de 2001.
PAINÉIS ARTÍSTICOS DO LADO ESQUERDO
DA NAVE CENTRAL
O atelier de bordado de Zélia Guérin e a relojoaria de Felipe Martin. 7,50
m2.
No primeiro painel do lado esquerdo da nave central podemos ver o trabalho no atelier de bordados de Zélia Guérin, mãe de Terezinha, na cidade de Alençon, França. Do lado direito, a Joalheria e
Relojoaria de Felipe Martin, pai de Santa Terezinha, também em Alençon.
“O anjo antevendo o futuro de Teresa”. 7,50 m2.
O segundo painel do lado esquerdo
retrata “O anjo antevendo o futuro de Teresa”. 7,50 m2. É uma cena no interior da
casa da família Martin, onde um anjo desvenda o futuro de Teresa: podemos ver na
parte da esquerda a fachada do convento Carmelita de Lisieux e do lado direito a
vista da Basílica de Santa Terezinha, na mesma cidade Francesa.
“A visita de Teresa ao Papa”.
No Vaticano Teresa pede ao Papa Leão XIII autorização para ingressar
na vida religiosa. 7,50 m2. Em outubro de 1889, aos 15 anos de
idade, Teresa vai em excursão à Itália, passando por Veneza e Roma,
acompanhada de seu Pai, sua irmã Celina, Padre Reverony e outros paroquianos de
Lisieux.
“Teresa exercita a humildade”,
ao lavar roupas ao lado da freira desagradável. 7,50 m2.
Na vida do Carmelo, Teresa percebe que uma
das freiras é segregada pelas demais por ter um temperamento desagradável e
por ser inconveniente. No momento de lavar roupas, esta irmã espalhava a água
suja, batendo nas roupas e molhando as vizinhas. Teresa escolhe ficar ao seu
lado, e aproveita para treinar a humildade.
"Teresa ao lado da cruz", mostra
a religiosa posando para a famosa foto nos jardins do convento. 7,50 m2.
No quinto painel do lado esquerdo,
“Teresa abraça o Cristo”. No jardim interno do Convento, Teresa se deixa
fotografar fazendo chuvas de pétalas de rosa sobre a escultura do Cristo. Antes de morrer, Teresa diz: - ”Após minha morte farei chuvas de pétalas de rosa como bênçãos
aos que me pedirem”.
PAINÉIS DO LADO DIREITO DA NAVE
CENTRAL
“O
batismo de Teresa”. 7,50 m2.
Uma
cena no interior da Igreja, onde a família
Martin presencia a celebração do Batismo de Terezinha, nos braços de sua mãe.
Da mão de um anjo desce a luz do Espírito Santo. Das 4
irmãs de Teresa, 3 serão religiosas como ela.
“Teresa e Celina nos jardins dos Buissonets”. 7,50 m2.
A família Martin, após o
falecimento de Zélia Martin, muda-se de Alençon para Lisieux, onde os
familiares auxiliam na educação das meninas. Nos jardins da bela casa,
Celina e Teresa se divertem contando nos dedos das mãos seus sacrifícios e
bem-aventuranças, tendo seus brinquedos espalhados.
“A tomada de hábito”. 7,50
m2.
No convento das Carmelitas, O Bispo de
Bayeux, Monseigneur Hugonin, celebra a entrada de Teresa na comunidade das
Carmelitas. Órfã de mãe, a celebração, tão esperada por Teresa, é
presenciada pelo seu Pai, Tios e pela comunidade.
"Teresa escreve história de uma
alma". 7,50 m2.
No quarto painel do lado direito,
"Teresa escreve História de uma alma”, à pedido da Madre superiora, em
sua humilde cela, com vista para o jardim interno do Convento. Em seu quarto
podemos ver os apetrechos de pintura e costura da Santa, que tinha também o dom
das Artes. Sobre o cavalete, o retrato do menino Jesus e da Santa face,
desenhados por Teresa.
“A morte
de Teresa”. 7,50 m2.
No
último painel, vemos o anjo levando o espírito de Teresa. As irmãs oram
em paz, ao lado do leito da Santa.