Estudantes dizem escolher os cursos de Sérgio Prata por causa de sua experiência. Artista do interior de São Paulo já passou por 15 países
Matéria de Luiz Augusto Daidone
Imagine um atelier que recebe alunos da França, Estados Unidos e de todas as partes do Brasil e do mundo para ter aulas e aprender mais sobre as variadas técnicas de pintura e outras formas de arte. Não estamos falando de nenhum artista da Europa, e sim do artista plástico Sérgio Prata, que tem seu atelier localizado em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.
Formado pela Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris (École Nationale Supérieure des Beaux Arts) e especialista em técnicas de pintura e desenho da figura humana, Prata, além de artista plástico, é pintor de obras de cavalete, de murais sacros monumentais e afrescos, desenhista, iconógrafo, vitralista, mosaicista, gravurista, restaurador de pinturas murais e vitrais e escultor. É o criador da inovadora técnica de pintura trifásica, que permite a observação de novas pinturas sob luz ultravioleta e na obscuridade.
Por todas essas habilidades, alunos estrangeiros e brasileiros procuram o artista plástico para ter cursos e buscar o aprendizado que não encontram em outro lugar.
Daniela Collins, brasileira, trabalha como artista plástica e muralista nos Estados Unidos, onde também mora, estudou afrescos e encáustica com o artista:
- “Foi um grande aprendizado ter feito esse curso com o Sérgio, cada ensinamento que tive com ele é sempre muito útil no meu trabalho”.
Para Sérgio Prata, a satisfação de receber alunos que moram no exterior é muito grande. “Meu atelier foi criado para isto, para receber alunos de várias procedências, interessados em pesquisar técnicas.
A satisfação em partilhar conhecimentos, em ajudar os talentos, é o resultado desta partilha. Amizades se instauram, e uma relação de parceria e confiança se desenvolve, com vários de meus alunos”.
Sérgio Prata em visita ao atelier de Juarez Machado, em Paris, quando foi professor en stage na Ensb-A de Paris.
Alunos estrangeiros também vão a Bragança Paulista ter curso com Prata. Margherita Leoni, italiana, residente em Americana, interior de São Paulo, é pintora naturalista e estudou técnicas de pintura em cera. Segundo Leoni, a opção por um artista brasileiro tem explicação: - “Acho os artistas brasileiros menos ciumentos em relação aos conhecimentos, mais disponíveis em compartilhar boas situações e com mais espírito de grupo. Em geral nas obras são mais sensíveis às temáticas ligadas ao Meio Ambiente”.
Sérgio Prata salienta a experiência de dar aulas à alunos de outros países: - “Tive a chance de sair do meu país aos 17 anos de idade, conhecendo outras linguas e culturas. O interesse por técnicas de pintura é mundial, pois todo artista, em maior ou menor grau, se depara, em determinado momento de sua carreira, com a curiosidade técnica, com questões de savoir-faire (saber fazer) essenciais ao bom exercício de seu ofício".
Artistas de cidades Brasileiras mais próximas, como Ricardo Rabelo, de Jundiaí, diz que conheceu Prata pela internet. “Baseado em pesquisas feitas pela internet, o Sérgio Prata foi o artista que mais se destacou como profissional do ensino de técnicas. Sua experiência na França ajudou na minha escolha, confesso”. O artista destaca as amizades e colegas que fez durante o curso: - “Apesar de pouco tempo de curso, consegui informações suficientes para desenvolver as técnicas de encáustica (técnica que se caracteriza pelo uso da cera de abelha). Conheci outras pessoas com as quais troco experiências até hoje...”, diz Ricardo.
Segundo Prata, apesar de muitos artistas procurarem seu atelier para ter cursos, o grande centro de busca de conhecimentos ainda é o continente europeu. Na opinião do artista, a Europa é mais procurada do que o Brasil porque em nosso país, a falta de tradição nos conhecimentos artísticos é uma herança da nossa colonização: Desde o império, sempre que os colonizadores desejavam uma missão artística, delegavam a função à artístas holandeses e franceses.
- “A Europa ainda possui alguns profissionais que mantém uma pesquisa muito profunda no âmbito do conhecimento técnico. Estes mestres e pesquisadores são um verdadeiro bastião de conservação do conhecimento, colaborando de forma inigualável a formação do ofício do artista. Na opinião do artista, a qualidade do ensino de muitas escolas passou a decair, a partir do momento em que os adeptos da "arte contemporânea" adotaram o princípio de que tudo é arte e todos são artistas. Este laisser-aller, esta permissividade, se por um lado permitiu a criação de obras inovadores, também colaborou para nivelar por baixo o conhecimento alquímico e técnico, uma vasta herança de séculos de pesquisas e descobertas."
ALGUNS ARTISTAS ESTRANGEIROS QUE ESTUDARAM NO ATELIER PRATA:
Rússia: Wassily Minsk. Croácia: Milan Yovanovich. França: Elodie Rosier, Helène Iankoff, Clotilde Gontel.
Argentina: Virgínia Revuelto. Itália: Margherita Leoni.
Veja também: Professores estrangeiros no atelier Prata.
Entrevista sobre os profissionais estrangeiros, em PDF.
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