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Retrospectiva 1985 - 2021



A mais antiga obra desta exposição é a tela “Bóias Frias”, que Sérgio Prata pintou quando ainda era aluno da Escola Nacional Superior de Belas Artes de Paris, onde estudo entre 1981 e 1986. No inverno de 1985 que atingiu temperaturas de até 20 graus negativos, na região parisiense, o artista expressa as saudades de sua terra tropical, na simplicidade dos trabalhadores do campo. Coleção Lola Prata.

De volta ao Brasil em janeiro de 1986, o artista fez uma viagem pelo interior e cidades históricas de Minas Gerais. Observando os lavradores, desenhos um caderno de viagens, de onde surgiu inspiração para a execução de diversas gravuras e telas, entre elas, a tela e a gravura em metal “Paulo e o Baião”, primeira obra do retorno do artista.

A tela “Baiana do Acarajé”, feita de modo rápido, em tinta acrílica, é uma recordação da primeira viagem do artista à Salvador, para onde sua família foi participar do casamento do seu irmão mais velho, Mauro. Vários desenhos surgiram inspirados nos movimentos, cores e estética do povo e da capital da Bahia. Coleção Lola Prata.

Após ter vivido por 10 anos em Curitiba, finalmente Sérgio Prata retorna à Bragança, convidado por Dom Bruno Gamberini para realizar as pinturas da Igreja Santa Terezinha, onde usa pela primeira vez os pigmentos foto-luminiscentes em seu trabalho sacro. Nesse período de grande produção, surgem cerca de 40 obras de pinturas que aparecem na luz do dia e também no escuro, integrantes da Exposição Fosforescências (galeria Dell`Arte, Curitiba), que alcançou sucesso nacional com uma matéria no programa Bom Dia Brasil, com elogios do repórter Roberto Machado. A tela trifásica contemporânea “Maria e o menino Jesus” faz parte dessa exposição. Coleção Lola Prata.

Na segunda metade da década de 90, após ter trabalhado com todas as técnicas tradicionais de pintura, o artista inicia os experimentos com novos filtros invisíveis ao olho nu, manipulados com aglutinantes acrílicos e à base de cera de abelha, resultando na invenção da técnica trifásica, que lhe proporcionou um prêmio de pintura na Bienal do México, em 1998. A tela alegórica de uma “Dança de Casal” e o “Casal e o tempo” fazem parte deste período.

 

Para exemplificar uma pintura de paisagem, tema mais raro na obra de Sérgio Prata, uma tela horizontal, com pigmento fosforescente, o Monte Fitz Roy, da Argentina. O artista teve a chance de sobrevoar a cordilheira, em viagem ao Chile e Argentina. Coleção André Prata.

“Eu mostro a lua, eles olham o dedo”. Tela com fundo filosófico, que aborda a falta de compreensão das reais intenções de um artista, fazendo alusão às dificuldades cognitivas e de percepção de muitos daqueles que não tem a capacidade de captar arte, espiritualidade. Uma obra de arte pode servir como base de uma reflexão. Marca um período de maior estudo de teologia e filosofia, por parte do artista. Coleção Djalma Fernandes.

Ícone de Maria, um exemplar de iconografia, arte sacra que o artista desde 1981 apreciou, em sua primeira passagem pela Grécia. Em 2002 foi estudar iconografia com Helène Iankoff e retornou à Grécia em 2008 para estudar com os monges do Monte Athos. Desde então dedicando-se à escritura bizantina de imagens sacras, seguindo todos os procedimentos e materiais tradicionais desta arte, com tempera de ovo, cola de pele de coelho, pigmentos finos e douração, respeitando também todos os cânones de teologia da imagem.

Estudo para vitral. Este desenho marouflado sobre tela deu origem ao vitral que foi usado como selo da lei municipal de incentivo à cultura, para a aprovação, implantação e regularização da qual o artista trabalhou intensamente, durante 15 anos, tendo sido o primeiro presidente da comissão municipal de incentivo à cultura. O vitral decora a residência do artista no bairro da Água Comprida, em Bragança.

Sagrada Família, Tema recorrente na arte sacra do artista, que já pintou obras monumentais em cerca de 30 igrejas. Nesta tela (na foto, a parte superior do díptico), um Cristo crucificado aparece no escuro, em pintura fosforescente. Anos 90, Coleção Djalma Fernandes.

Saudades do meu Palhaço preferido. Para sublimar a partida de seu pai Miguel, grande apoiador e amigo, o artista pinta uma cena do seu pai acamado, na UTI, e novamente, em um exercício de catarse, tenta transformar o personagem em um momento alegre, da trajetória de seu pai, lembrando dos carnavais de salão do clube de campo. O resultado, desta obra ainda em andamento (não concluída) é um palhaço triste, que expressa saudades das alegrias antes vividas.

O palhaço. Tela inacabada, pintada em cera de abelha, em um ano em que a população não fará a folia tradicional. O circo vazio, um cão inerte, um palhaço que tenta alcançar o sonho, a alegria, a luz. Perdeu-se a pureza da antiga festa, que se transformou em arruaça, blasfêmia, descaso, desrespeito.  O povo, antes ingênuo, puro, alegre, hoje se esconde atrás de máscaras, sem direito à festa, à reunião, à alegria popular.

Dupla carnavalesca. Novamente o tema da alegria do carnaval, nesta nova série de pinturas. Em um tempo de medo sanitarista, onde as pessoas se escondem diante do risco de uma gripe, alguns palhaços ainda ousam se agrupar, festejar a vida, jogar serpentinas e confetes. Tela que retrata um exercício de recomeço necessário, de enfrentamento das dificuldades, para procurar a alegria de viver.

O violinista. Raro exemplo de pintura a óleo sobre tela, empregando médium e emulsão. De fato, para evitar os fortes odores de solventes, o artista preferiu utilizar aglutinantes menos tóxicos, mais naturais.
Coleção Lola Prata.

Toque no coração. O anjo da guarda que toca o coração da mulher, tela pintada em agradecimento à Farmacêutica que durante décadas auxilia e ajuda na cura dos habitantes desta região, e que ajudou o restabelecimento do artista, após um acidente de trabalho. Coleção Luzia Oliveira.

 

A tela "explosão do navio cargueiro Alina P" nunca foi mostrada ao público, anteriormente.
Durante uma viagem de férias, no começo da década de 90, o artista e seus amigos presenciaram a explosão do Alina P, na costa de Ilha Bela (SP). Foi uma cena chocante, pois a imagem da explosão surgiu bem antes da chegada do som, e os observadores não tinham como ajudar, devido à distância e ao fogo imenso que subiu da embarcação. Em um exercício de catarse, pintou mais tarde essa obra, como que para "digerir", resolver a cena forte, impressionante.

ABSTRATO em tons de rosa. Tela em grande formato, de uma série de 40 abstratos pintados para o lançamento de grifes de roupas, em uma locação do atelier, para sessão de fotos e vídeos com modelos. Várias destas obras estão em coleções particulares. Coleção André Prata.

A tela TAUROMAQUIA marca o início da pintura de obras para a exposição Homens e Deuses, inaugurando as obras de grandes dimensões, que precederam os grandes painéis murais do artista.
Influenciado pelas obras de Tauromaquia, de Pablo Picasso, que visitou no MASP, o artista pintou essa obra, onde o minotauro, ao mesmo tempo em que é domado pelo toureiro (os pés grandes retratam a volta à terra) também puxa seu pé de apoio, numa espécie de "capoeira de uma tourada tupiniquim.

A DANÇA EM BLUE
Alegoria sobre o casal, tela sem muitas pretensões, em fase híbrida, entre a fase dos Lírios do Campo (personagem da esquerda), e a volta ao figurativo.

BOITATÁ
Pintura sobre tela de linho, parte integrante da exposição feita pelo artista na Prefeitura de Etrechy, na região da Essonne (50 km ao sul de Paris), tratando sobre o folclore brasileiro, antes de voltar ao Brasil, na década de 80.

 

SANTO ANTÔNIO PREGANDO AOS PEIXES
Obra que faz parte de um conjunto de obras sobre Santo Antônio, encomendadas pela Revista O Mensageiro de Santo Antônio, com tiragem de 28.000 exemplares, para o calendário do ano 2012.

O Santo, grande teólogo foi pregar para os heréticos cátaros, e, percebendo que estava falando para pessoas incapazes de refletir sobre o que dizia, preferiu ir pregar ao mar mediterrâneo. Os peixes começaram a se agitar e saltar, mais um dos milagres muito conhecidos deste grande Santo.

 

 

Veja videos onde o artista explica suas obras, e conheça os demais artistas que expõem na re-inauguração desse espaço histórico recém restaurado.

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