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Pigmentos brancos

São as cores utilizadas nas preparações das telas, têm a função de suportar e refletir todo e qualquer filtro de cor que seja pintado sobre ela, determinando a luminosidade da obra. O branco nos lembra a pureza, nos dá a sensação de calma e frio. Os pigmentos brancos têm diversas intensidades e nuances cromáticas.

BRANCO DE ESPANHA (MEUDON) - CaCO3
Carbonato de Cálcio - inorgânico natural - pode ser utilizado em todas as preparações. Cal viva- CaO, cal queimada Ca(OH)2. Possui pouco poder colorante, bom para preparação universal (ver preparação de telas).

 

BRANCO DE TITÂNIO - TiO2 - Dióxido de Titânio
Maior poder colorante. Compatível com todas as técnicas, produzido em larga escala, 6 milhões de toneladas por ano, pode ser misturado com o ZnO, o que aumenta a capacidade de cobertura. Deve fazer parte da palheta, quando se procura a luz na pintura, devida à sua luminosidade. Não é tóxico, veio substituir o Branco de Chumbo, resistência total, um dos mais novos pigmentos, comercializado a partir de 1916 -19 por Kidewell. Descoberto em 1915. É de textura fina. Não é estável, se misturado com Cádmio, Cobalto ou Ultramar.

BRANCO DE LITOPÔNIO - BaSO4 + ZnS (Sulfato de Bário + Sulfeto de Zinco)

A cola branca não é compatível com o zinco existente no branco de litopônio. Deve ser substituído pelo dióxido de titânio, embora menos branco que o mesmo, compatível com todos os pigmentos e veículos. Sulfeto de Zinco, conhecido há 50 anos. Os produtos recentes não enegrecem como antigamente, instável em certas misturas na têmpera. Não é tóxico, suporta bem os ácidos fracos, não pode ser misturado com as cores de cobre, como o verde opaco. Excelente para a têmpera e aquarela. Incompatível com o afresco. No óleo, fica pardo.

BRANCO DE ZINCO (de China, ou de neve) - ZnO - Óxido de Zinco.

Descoberto em 1830. Colocado em industrialização em 1846 por Tioscondes, farmacêutico grego. Estável à luz, melhor que o litopônio. Permite veladuras e transparências (nuvens). Não amarela com o óleo, não é tóxico, compatível com todos os pigmentos, não é compatível com o afresco (cal) e a cola branca. Pouco poder de cobertura, quando misturamos com o Branco de Titânio, podemos obter com ele todos os graus de transparência, o que é importante na pintura em têmpera, sobretudo em iconografia. Possui partículas maiores do que as do Branco de Chumbo. Tom mais frio, menos opaco. Reconhecimento: quando aquecido fica amarelo-limão; ao esfriar, retorna ao branco. Não amarela, empasta menos que o Branco de Prata.

 

BRANCO DE PRATA (de Chumbo, de Cerusa) Pb3(CO3)2(OH)2.
Carbonato básico de chumbo. Obtido, reagindo-se acetato básico de chumbo e dióxido de carbono. O pigmento isolado é estável à luz, porém amarela com o óleo, atacado por emanações sulfurosas. Escurece, quando está em contato com o ar das cidades. Não é compatível com pigmentos que contêm enxofre: Vermelhão Natural e Sulfato de Cádmio, Azul Ultramar e Cinábrio. Adicionava-se cera, quando se pintava a óleo com este pigmento, porém, o resultado não é satisfatório. Pigmento artificial muito antigo, anterior ao ano 1.000 a.C.. Incompatibilidade total com o afresco. Produzido pela corrosão controlada do chumbo, ainda é empregado nos nossos dias e é, provavelmente, um dos mais importantes pigmentos descobertos até hoje. Foi inventado pelos egípcios (2000 - 1000 a.C.), um dos primeiros pigmentos sintéticos, ao lado da Frita Azul. Foi o único branco utilizado em pintura de cavalete até a descoberta do Branco de Zinco em 1830 e de Titânio em 1915. Seu poder de cobertura é importante. Aspecto ótico irregular.

Não resiste a emanações de gases sulfurosos, sobretudo nas têmperas. Incompatível na têmpera e aquarela. Quando misturado ao óleo, este envolve o pigmento, protegendo-o contra a absorção de gases sulfurosos de grandes cidades, que o transforma em Sulfeto de Chumbo (preto). Pelo aquecimento, produz o Litargírio, de cor alaranjada, ou, quando prolongado, o Mínio, conhecido como Vermelho de Chumbo.

Muito tóxico, responsável pelo saturnismo dos pintores, sua absorção é feita pelas vias respiratórias, ingestão e por via cutânea. Acumula-se nos pulmões e em vários órgãos, no sistema nervoso central (ocasionando depressão) e, principalmente, nos ossos, substituindo o cálcio. A possibilidade de intoxicação vem sendo fator convincente para o abandono deste branco da palheta e do comércio, o que já ocorreu em certos países. Atribui-se a morte de Portinari à intoxicação pelo chumbo. Quando escurecer, poderá ser clareado com um papel mata-borrão embebido em água oxigenada, segundo Rescala. Reconhecimento: dissolve-se nos ácidos acético e nítrico, com efervescência.

site do artista Atelier Prata - Tel 55 11 4035-2057 - Cel 55 11 99597-0275 - artista@sergioprata.com.br